Patricinha

 
Como capitã do time, é minha responsabilidade manter a ordem no vestiário.

Acabamos de subir pela primeira vez na história.
É nossa grande oportunidade.
Chegamos até aqui com esforço e suor. Jogando como um time, sem individualidades. Não entendo por que a diretoria resolveu contratar aquela menina mimada que vem da Alemanha.
"O retorno da filha pródiga", é como a imprensa chama.
Que operação de marketing. Ela só jogou no time até o sub-13. O que ela sabe sobre a filosofia de um clube humilde? Dizer que vem da base é esticar demais o conceito.
É apenas uma irresponsável com uma extensa lista de punições por sair para festas.
Para piorar, está há dois anos sem jogar. Seu clube anterior não fez nenhum comunicado oficial, mas isso tem um cheiro muito ruim. Esconde, com certeza, algum problema sério.
Mas a garota é mais viciante do que eu imaginava e ameaça derrubar minhas barreiras.
Preciso tirá-la da minha cabeça de qualquer jeito. Somos completamente diferentes. Não posso permitir que ela me desconcentre, nem a mim nem ao time.