Á PROVA DO AMOR

 Lili Smith está noiva. Ela gosta da ideia de estar às portas do seu casamento, onde vai poder construir sua própria família – que ela espera ser uma família de verdade, diferente da que teve.

Não que tenha sido de todo ruim a sua infância, ela não era deixada de lado ou algo assim. Mas as coisas que presenciava, como seu pai agredindo o seu irmão mais velho ou até mesmo sua mãe... não é nada agradável de se ter na memória.

Ela pretende substituir essas lembranças bem em breve, quando disser "sim" no altar para Sean.

Seus planos estavam traçados. Era certo, alcançável e já tocável.

Mas nada é tão surpreendente como a vida, que coloca um segundo homem em seu caminho.

Este, totalmente o oposto do seu noivo: ele não é rico, não precisa viajar a negócios sempre e parece querer ouvir tudo o que Lili tem a dizer.

Ele a faz se sentir importante e a coloca em destaque durante as conversas, o que acende nela um sentimento perverso e proibido.

Lili sabe que isso é aparentemente errado. Se encontrar com outro homem enquanto o seu noivo viaja a trabalho? Querer estar com outro mais que com seu noivo? É muito errado!

Mas ela não consegue evitar.

A vontade por esse homem tão simples, comum e sem ambições faz com que Lili queira errar.

Estará ela pronta para as consequências?

A vida é um constante bate e volta, onde qualquer tropeço pode ser mortal.


“— Lili, querida! — outro alguém a interrompe, em segundos envolvendo seus ombros com os braços e a puxando do lugar. — Estamos atrasados.
Lili se remexe, como se estivesse incomodada por ter braços ali agora.
— Aaron, este é o Sean — ela o apresenta para mim e o olhar que recebo dele me faz ter vontade de socar a sua cara. Não sei porquê. Afinal, estou acostumado com o desprezo.
— Quem é esse? — Sean pergunta para ela, também me analisando.
— É o Aaron. Ele trabalha aqui.
— Não se veste a altura — ele torce a boca. — Está no prejuízo, Aaron? Ou seu pai?
— Eu trabalho na limpeza — explico, o que o faz soltar um murmúrio, quase uma risada.
— Se nota — Sean me dá as costas e toma a frente de Lili, me impedindo de vê-la. — Vamos embora, você deve já estar bêbada falando com essa gente.
Ele segura sua mão e a leva para o carro. E a última visão que tenho de Lili no dia, é ela acenando pela janela do carro do noivo enquanto se vai.”