Eu era um fracasso.
Eu cresci com dois pais bem-intencionados, mas também dois pais autoritários e, como a mais nova de três irmãos, eu era a única que não teve "sucesso".
Eu trabalhei em um bar. Num bar.
Sim, era eu ouvindo a voz decepcionada da minha mãe. Porque todos ao meu redor estavam subindo a escada corporativa ou realizando uma cirurgia no cérebro. Inferno, meu próprio irmão estava tendo sucesso como um cientista de foguetes de verdade. Enquanto isso, eu estava preparando bebidas e refinando a arte de misturar o Cosmopolitan perfeito.
Eu não sabia o que queria fazer - além de não ser uma cientista espacial - ou quem eu queria ser quando crescesse. E para ser honesta comigo mesma, o crescimento veio e se foi há um tempo.
Eu só . . . queria sentir algo.
Excitação ou prazer ou mesmo saber como era deixar meu coração partido. Mas nada nunca aconteceu comigo. Eu existia nesta bolha chata da vida, servindo bebidas na maioria das noites, lendo as outras e . . . não sentindo nada.
Até que o vi.
Então eu senti tudo.
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