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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

A garota do calendario - fevereiro

As portas de ferro retorcidas e enferrujadas do antigo elevador fizeram um barulho alto quando o motorista as puxou para fechá-las. Ele não havia dito uma palavra além de “Você é a Mia?”, quando desci a escada rolante do setor de desembarque do Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma. Achei que seria seguro acompanhá-lo, já que ele exibia uma placa com meu nome completo, e tia Millie avisara que eu deveria esperar um homem gigante com aparência de lenhador para me levar ao meu próximo cliente. A parte do gigante não era brincadeira, e ela não estava falando da estatura. O cara era apenas alguns centímetros mais alto que eu, mas o que lhe faltava em altura ele compensava em largura. Me fez pensar em um lutador profissional ou um fisiculturista. Ao chegar ao décimo andar, o elevador parou bruscamente, balançando e me atirando contra o brutamontes ao meu lado. Ele era uma parede, e nem piscou quando o atingi; apenas grunhiu como um animal. As portas enormes se abriram e ele me conduziu para o que parecia ser um galpão. As vigas e tubulações eram visíveis, e o teto estava a uma distância de pelo menos dez metros do chão de concreto. Havia pessoas por todos os lados, metade delas nua. No que foi que eu me meti agora? Flashes brilhavam, canhões de luz e refletores eram movimentados em carrinhos, enquanto eu, parada na entrada, tentava assimilar tudo aquilo. O brutamontes encostou minha bagagem em uma parede lateral e apontou para um homem agachado com uma câmera colada ao rosto. — Sr. Dubois — ele resmungou. Então se virou abruptamente e entrou no elevador do qual tínhamos acabado de sair, me deixando ali sozinha. — Um homem de poucas palavras. — Soltei lentamente o ar que enchia meus pulmões. Eu não sabia o que fazer. Deveria me sentar em um canto e esperar que alguém se aproximasse, torcendo para que não fosse um dos homens ou mulheres nus espalhados por todo lado, ou seria melhor incomodar o cara que estava fotografando alguma coisa que eu não conseguia ver? Em vez de esperar, decidi fazer o reconhecimento do ambiente e andar por ali. Era um loft, mas não era usado para morar. Janelas frágeis cobriam as paredes à direita, algumas totalmente abertas e outras bem fechadas. 

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